Cáritas ajuda 3% da população da Madalena
Maria (nome fictício) tem 72 anos de idade e vive sozinha numa moradia na Criação Velha, concelho de Madalena. A alegria que transmite sempre que vê Lisa chegar faz com que a assistente social tenha cada vez mais a certeza que escolheu a área certa para trabalhar. “É um caso muito especial e que me dá muito prazer acompanhar”, confessou à Lusa/Ilha Maior Lisa Melo, de 25 anos de idade. A trabalhar há cerca de um ano na Cáritas de Madalena, a responsável considera este caso “especial e complicado”, pois Maria é uma pessoa só, sem família e muito dependente da sua ajuda.
A Cáritas é uma instituição nacional que tem como objectivo a erradicação da pobreza e da exclusão social. Há mais de 10 anos na Ilha do Pico, a Cáritas de Madalena conta com o apoio de dezenas de voluntários e outros profissionais na área da psicologia e sociologia que têm ajudado centenas de pessoas do concelho.
Alcoolismo, toxicodependência, desemprego, sem abrigo, negligência familiar, violência doméstica e idosos carenciados são algumas das problemáticas de um concelho onde habitam mais de 6000 pessoas. A Cáritas de Madalena acompanha actualmente 63 agregados familiares – 68 homens, 54 mulheres e 66 menores. As 188 pessoas apoiadas correspondem a três por cento da população do concelho.
O caso de Maria não é o único que Lisa Melo considera “especial”. Manuela (nome fictício) é diabética, começou a cegar há uns meses e vivia com os quatro filhos numa barraca em Madalena até a Cáritas intervir. Através de um processo de realojamento da secretaria de Habitação e Equipamentos foi concedida uma casa nova para esta família.
“Todos os casos marcam de uma forma ou de outra, mas talvez sejam os mais difíceis de resolver ou os que envolvem mais riscos que mais facilmente nos marcam”, afirmou a responsável. “Cada caso é um caso, mas são todos tratados da mesma maneira, sempre com muita humildade”, disse.
De acordo com a assistente social, o álcool é “sem dúvida” um dos maiores problemas neste e nos outros concelhos da Ilha do Pico, que atinge todas as idades. “O álcool mata tanto ou mais que a droga, é necessário intervir, prevenir, alertar”, declarou Lisa Melo, apelando aos comerciantes de bebidas alcoólicas e às autoridades policiais “um pouco mais de empenho” para tentar combater o “elevado índice” de alcoolismo existente. A intervenção na escola e em casa é “fundamental” para a responsável, que admite haver “muitos jovens” consumidores de álcool, por vezes por influência dos próprios pais.
A toxicodependência é outro dos grandes problemas da população do Pico, que levou a Cáritas a realizar uma palestra sobre o tema, no passado dia 22 de Novembro, na Madalena, tendo como orador convidado o médico Luís Patrício. O consumo de droga tem aumentado não só no Pico como nas outras ilhas dos Açores e a discriminação verifica-se bastante, segundo divulgou Lisa Melo. “É triste ouvir pessoas que não têm noção de como é a vida de um toxicodependente ou de um alcoólico a chamá-los de ‘malandros’, mas nós não recusamos ajuda a ninguém”, disse a responsável, apelando a toda a população do concelho “um pouco de compreensão”.
Desde Janeiro de 2008, a Cáritas de Madalena realizou cerca de 180 visitas domiciliárias, onde foram entregues mais de 2500 peças de roupa a pessoas carenciadas, entre muitos quilos de alimentos e bens doados pela população e por estabelecimentos comerciais.
A Cáritas só intervém através de uma sinalização por parte de alguém, do Centro de Saúde, do Instituto de Acção Social ou da própria pessoa. Mais de 50 por cento das pessoas apoiadas pela instituição reconhecem que precisam verdadeiramente de ajuda, no entanto para Lisa Melo “engolir o orgulho e pedir ajuda é muito complicado para muita gente”. “É muito frequente as pessoas dirigirem-se à Cáritas para pedir ajuda, mas não o conseguem dizer com todas as palavras por vergonha”, disse.
É um trabalho “muito desgastante” a nível emocional para Lisa Melo, mas a resolução de muitos casos que se tornaram sucessos, é a “melhor recompensa” que pode receber. “É muito bom poder ajudar pessoas que precisam de nós e que nos transmitem tanta gratidão e alegria nos dias das visitas domiciliárias”, declarou a assistente social, acrescentando que “são os idosos que ficam mais contentes” com as visitas. “Eu vivo para a Cáritas e adoro o meu trabalho”, concluiu Lisa Melo, que “cada dia que passa” tem mais a certeza que fez a “escolha certa”.
Maria (nome fictício) tem 72 anos de idade e vive sozinha numa moradia na Criação Velha, concelho de Madalena. A alegria que transmite sempre que vê Lisa chegar faz com que a assistente social tenha cada vez mais a certeza que escolheu a área certa para trabalhar. “É um caso muito especial e que me dá muito prazer acompanhar”, confessou à Lusa/Ilha Maior Lisa Melo, de 25 anos de idade. A trabalhar há cerca de um ano na Cáritas de Madalena, a responsável considera este caso “especial e complicado”, pois Maria é uma pessoa só, sem família e muito dependente da sua ajuda.
A Cáritas é uma instituição nacional que tem como objectivo a erradicação da pobreza e da exclusão social. Há mais de 10 anos na Ilha do Pico, a Cáritas de Madalena conta com o apoio de dezenas de voluntários e outros profissionais na área da psicologia e sociologia que têm ajudado centenas de pessoas do concelho.
Alcoolismo, toxicodependência, desemprego, sem abrigo, negligência familiar, violência doméstica e idosos carenciados são algumas das problemáticas de um concelho onde habitam mais de 6000 pessoas. A Cáritas de Madalena acompanha actualmente 63 agregados familiares – 68 homens, 54 mulheres e 66 menores. As 188 pessoas apoiadas correspondem a três por cento da população do concelho.
O caso de Maria não é o único que Lisa Melo considera “especial”. Manuela (nome fictício) é diabética, começou a cegar há uns meses e vivia com os quatro filhos numa barraca em Madalena até a Cáritas intervir. Através de um processo de realojamento da secretaria de Habitação e Equipamentos foi concedida uma casa nova para esta família.
“Todos os casos marcam de uma forma ou de outra, mas talvez sejam os mais difíceis de resolver ou os que envolvem mais riscos que mais facilmente nos marcam”, afirmou a responsável. “Cada caso é um caso, mas são todos tratados da mesma maneira, sempre com muita humildade”, disse.
De acordo com a assistente social, o álcool é “sem dúvida” um dos maiores problemas neste e nos outros concelhos da Ilha do Pico, que atinge todas as idades. “O álcool mata tanto ou mais que a droga, é necessário intervir, prevenir, alertar”, declarou Lisa Melo, apelando aos comerciantes de bebidas alcoólicas e às autoridades policiais “um pouco mais de empenho” para tentar combater o “elevado índice” de alcoolismo existente. A intervenção na escola e em casa é “fundamental” para a responsável, que admite haver “muitos jovens” consumidores de álcool, por vezes por influência dos próprios pais.
A toxicodependência é outro dos grandes problemas da população do Pico, que levou a Cáritas a realizar uma palestra sobre o tema, no passado dia 22 de Novembro, na Madalena, tendo como orador convidado o médico Luís Patrício. O consumo de droga tem aumentado não só no Pico como nas outras ilhas dos Açores e a discriminação verifica-se bastante, segundo divulgou Lisa Melo. “É triste ouvir pessoas que não têm noção de como é a vida de um toxicodependente ou de um alcoólico a chamá-los de ‘malandros’, mas nós não recusamos ajuda a ninguém”, disse a responsável, apelando a toda a população do concelho “um pouco de compreensão”.
Desde Janeiro de 2008, a Cáritas de Madalena realizou cerca de 180 visitas domiciliárias, onde foram entregues mais de 2500 peças de roupa a pessoas carenciadas, entre muitos quilos de alimentos e bens doados pela população e por estabelecimentos comerciais.
A Cáritas só intervém através de uma sinalização por parte de alguém, do Centro de Saúde, do Instituto de Acção Social ou da própria pessoa. Mais de 50 por cento das pessoas apoiadas pela instituição reconhecem que precisam verdadeiramente de ajuda, no entanto para Lisa Melo “engolir o orgulho e pedir ajuda é muito complicado para muita gente”. “É muito frequente as pessoas dirigirem-se à Cáritas para pedir ajuda, mas não o conseguem dizer com todas as palavras por vergonha”, disse.
É um trabalho “muito desgastante” a nível emocional para Lisa Melo, mas a resolução de muitos casos que se tornaram sucessos, é a “melhor recompensa” que pode receber. “É muito bom poder ajudar pessoas que precisam de nós e que nos transmitem tanta gratidão e alegria nos dias das visitas domiciliárias”, declarou a assistente social, acrescentando que “são os idosos que ficam mais contentes” com as visitas. “Eu vivo para a Cáritas e adoro o meu trabalho”, concluiu Lisa Melo, que “cada dia que passa” tem mais a certeza que fez a “escolha certa”.
Filipa Rosa - Agência Lusa & Ilha Maior - Novembro 2008
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